As origens primitivas do conhecimento contábil estão no início da vida organizada do homem, ou seja, há mais de 30 mil anos. Provas arqueológicas levaram às contas da pré-história, descobertas na gruta de Dáurignac no departamento do Haute, ao sul da França. No Brasil, no município Raimundo Nonato, no Piauí, também foram encontrados registros.
Em 1494, Luca Pacioli publica, em Veneza, a “Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et propornalità”, na qual se distingue, para a história da Contabilidade, o Tractatus de Computis et scripturis, marco básico na evolução da Contabilidade. Nesse tratado, talvez pela primeira vez, o método contábil é explicado integralmente a partir do inventário.
Em 1891, Fábio Besta – o primeiro e maior contador moderno - inicia a Era do Controle. Ele desenvolve a teoria materialística das contas. Ao lado de Pacioli, é o maior vulto da Contabilidade.
A partir de 1920, inicia-se a fase de predominância americana dentro da Contabilidade, também auxiliada pelo poderio econômico e político da grande nação.No Brasil, a primeira escola de Contabilidade no Brasil foi fundada em 1905: a Escola de Comércio do Rio de Janeiro, reconhecida pelo decreto 1.339 de 09/01/1905, que dava ao aluno concluinte o diploma de Guarda-Livros e Perito Judicial. Somente com o decreto nº 8.191 de 20/11/1945, mudou-se a denominação de Guarda-Livros para Técnico em Contabilidade. Já o primeiro curso superior em Ciências Contábeis foi criado pelo decreto nº 7.988 de 22/09/1945.
O Decreto-lei 9.295 de 27/05/1946 criou o Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais de Contabilidade, com a finalidade de habilitar e fiscalizar o exercício da profissão contábil, além de definir as atribuições de Contador e de Técnico em Contabilidade. A Resolução do CFC nº 290/70, de 4 de setembro, aprovou o Código de Ética Profissional, alterado pela Resolução CFC nº 803/96, de 10 de outubro, que dispõe sobre a ética profissional do profissional da contabilidade.
A Resolução do CFC nº 560 de 28/09/83 dispõe sobre as prerrogativas profissionais do contabilista, de que trata o artigo 25 do Decreto-Lei 9295/46.
Fonte: Joaquim Scarpin – contador e professor. Extraído do Mensário Brasileiro de Contabilidade - Edição de maio/junho de 98.
Quase uma década antes, em 1916, o senador João Lyra já defendia, no Senado, a conveniência de se regularizar o exercício da profissão, acentuando a merecida confiança nos profissionais da contabilidade. Porém, mesmo com toda a luta do senador João Lyra Tavares, de Carlos de Carvalho e tantos outros profissionais que engrandeceram a classe, a regulamentação do ensino comercial no Brasil só ocorreu em 30/06/1931, com o advento do Decreto n° 20.158. Ainda assim, o dia mais marcante para a classe contábil foi o da assinatura da Lei n° 9295/46, quando a classe assumiu a sua maioridade.