Em meio aos juros altos, as aplicações financeiras de renda fixa puxaram a alta dos investimentos feitos pelas pessoas físicas em 2023, até setembro, segundo um estudo divulgado pela B3. O volume total investido alcançou R$ 2,4 trilhões, aumento de 20% em comparação a dezembro de 2022. O total de renda fixa atingiu R$ 1,9 trilhão, avanço de 23% nesse intervalo, enquanto o de renda variável bateu R$ 507 bilhões, crescimento de 10% no mesmo período.
Os dados excluem Tesouro Direto e incluem investimentos em títulos de renda fixa emitidos por bancos (CDBs, LCI, LCA, RDB) e empresas (CRA, CRI e debêntures), além de ações, BDRs (recibos de ações estrangeiras), ETFs (fundos comprados em bolsa que acompanham um indicador de mercado) e fundos imobiliários, de renda variável.
O número de investidores chegou a 18,1 milhões, elevação de 8% neste ano até setembro. Os brasileiros com investimentos de renda fixa somaram 15,6 milhões, subida de 12% nesse intervalo, enquanto as pessoas físicas com renda variável totalizaram 4,8 milhões, baixa de 3,1% nesse período.
Essa diminuição foi concentrada na categoria de BDRs (recibos de ações estrangeiras) e pode ser explicada pelos resgates dos BDRs do banco digital Nubank. Quando estreou na bolsa, em 2021, a instituição financeira lançou BDRs de uma categoria chamada de nível 3, emitidos por empresas estrangeiras que possuem registro de companhia aberta no Brasil.
Entretanto, depois, o banco anunciou mudanças, com uma migração para BDRs da categoria nível 1, emitidos por empresas estrangeiras sem que seja necessário esse registro. Os brasileiros que não escolheram pela migração até 11 de agosto resgataram o valor e os que possuíam somente esse investimento acabaram deixando a B3.
Fonte: Valor Investido